UFG oferece curso de graduação em Física Médica
O curso de Física Médica do Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás (UFG) é o primeiro a ser oferecido na região Centro-Oeste. Atualmente, no Brasil, existe cerca de dez cursos de graduação em Física Médica, mantidos por instituições de ensino superior. A grande maioria desses cursos encontra-se localizados na região Sul e Sudeste. Na UFG, nos últimos anos, o Instituto de Física incorporou um grupo de professores efetivos pesquisadores na área de Física Aplicada à Medicina e Biologia. Em decorrência disto e com o objetivo de atender a crescente demanda de profissionais na área Biomédica, foi criado o curso de Física Médica.
No panorama do Estado de Goiás, atualmente, existem cerca de 7 Físicos Médicos. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe a necessidade de 5 a 20 Físicos Médicos por milhão de habitantes. Tomando por base o número médio de 13 profissionais por milhão de habitantes, seriam então necessários aproximadamente 80 Físicos Médicos para o Estado de Goiás e um total de 2000 para atender a população do Brasil.
Segundo dados fornecidos pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), acredita-se que o mercado de trabalho potencial em Física Médica no Brasil está disponível através de aproximadamente: 33.650 serviços de diagnóstico por imagem, 215 serviços de radioterapia, e 799 centros de Medicina Nuclear. No contexto do Estado de Goiás, por exemplo, os dados relacionados à infraestrutura e pessoal revelam que somente a cidade de Goiânia dispunha em 2012 de um contingente de 5.326 Médicos, 2 centros de Radioterapia, 13 centros de Medicina Nuclear equipados com 6 Tomógrafos por Emissão de Pósitron – PET/CT, 53 hospitais gerais, 594 clínicas de diagnóstico por imagem, 35 serviços de radiologia equipados com 41 tomógrafos computadorizados, 15 tomógrafos de imagem por ressonância magnética nuclear e 2 faculdades de medicina.
O mercado potencial de trabalho na área de Física Médica é, portanto, bastante diversificado, incluindo instituições de ensino e pesquisa, hospitais e clínicas, empresas públicas e privadas, além da indústria de equipamentos para uso em diagnóstico e terapia. No Brasil, para o físico médico, segundo dados da ABFM, o salário médio gira em torno de 10.000,00 (dez mil reais), dependendo da especialidade e qualificação do profissional.
Estima-se que novos postos de trabalho possam ser criados, somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos próximos anos, com o objetivo de suprir as necessidades do país. Expectativas essas que se baseiam em relatório publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 31 de outubro de 2011. O relatório aponta que os procedimentos médicos que requerem a participação de Físicos Médicos, realizados em 2010, corresponderam a apenas 65,9% da necessidade estimada para o período. Em relação aos equipamentos de radioterapia, mesmo que fossem considerados como integrantes da rede aqueles existentes em instituições privadas, que não prestam serviços para o SUS, o déficit ainda seria de 57 unidades. De acordo com o relatório, em termos de capacidade instalada, a rede demonstrava um déficit de 135 unidades de atendimento de radioterapia.
Descentralizar e democratizar a presença de Físicos Médicos pelo território nacional, estruturar e atualizar a formação desses profissionais é um desafio para um futuro próximo. Caso contrário, corre-se o risco de nossos jovens serem substituídos por mão de obra estrangeira, como já vem ocorrendo em alguns setores. Além da formação de recursos humanos qualificados, outro desafio será estimular tanto a pesquisa básica quanto a pesquisa aplicada e a inovação, ambicionando o desenvolvimento de tecnologia nacional para suprir as necessidades internas na área biomédica. Com a criação do curso de Física Médica, o Instituto de Física da UFG prepara-se para enfrentar esses desafios.
Prof. Dr. Sílvio Leão Vieira (Coordenador)
Instituto de Física, Universidade Federal de Goiás, Câmpus II, 74001-970 Goiânia, Goiás.
Telefone: (62) 3521-1014 Ramal 249
URL relacionada: http://fisicamedica.if.ufg.br/pages/41770 |
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